quinta-feira, julho 21, 2005

LEX DUKE

Descrever esta ave rara é tarefa ingrata. Talvez porque, na sua constância refinada, lapida a ambivalência com a arte de um escultor. Deambula entre clics fugazes, em combustão espontânea, e perscruta a vida no seu ideal imaginário. De gostos refinados, exigente e criterioso, está sempre um passo à frente de quem o procura desnudar. Resguarda-se nas entranhas de um humor superior e invulgar, porque o divertimento é a nora da sua existência e degusta a seriedade da vida com um requintado travo de comédia. Olha a monotonia e a vulgaridade como as maiores pandemias da existência humana e escorrega-se-lhes num ímpeto dilacerante e obsessivo. Aventureiro incontrolável, é quase inconsequente na busca do talento que o fará sublimar-se e converter-se às malhas da paixão. E nesse mergulho lascivo e vertiginosamente fugidio, insurge-se na sua idiossincrasia mais remota e autêntica… como uma ave rara, de indescritível candura.