sexta-feira, janeiro 30, 2004

A PALAVRA


Sou uma amante da palavra. Da palavra como seiva da comunicação. Não apenas da palavra em si mesma, mas de toda a complexidade que a envolve e a acompanha. Uma palavra não existe se não for pensada, dita ou escrita. E na acção de pensar, dizer ou escrever, a palavra não se indissocia das suas idiossincrasias. A inerência do contexto, da cultura e do idioma que a concebeu, as raízes da sua originalidade, bem como da pessoalidade de quem a pensa, diz ou escreve.
E não gosto de pretensas palavras. Há certos conceitos que não se traduzem, pelo que a intransponibilidade se impõe. Impõe-se para que se salvaguarde a sua aura, a sua autenticidade, a sua verdadeira magnitude. O genuíno valor não se altera, apenas se deve respeitar na sua unicidade.


Duende

terça-feira, janeiro 27, 2004

A KIND OF MAGIC…

Dizia o meu professor de inglês do 7º ano que Futebol mais não era do que “vinte e dois maluquinhos a correr atrás de uma bola”. Perspectiva simplória e reducionista de alguém que, simplesmente, não gosta de futebol… mas que ainda assim guardo nas entranhas da memória, pelo delicioso momento humorístico que protagonizou.

Se soubesse de futebol na mesma proporção em que o aprecio, provavelmente “postava” num qualquer jornal desportivo (se me deixassem…), mas essa não é a minha realidade e apenas posso divagar sobre esse espectáculo que, desprovido de miscelâneas políticas e polémicas fora das quatro linhas, me proporciona particulares momentos de emoção, prazer, diversão e fantasia.

E o que é que me fascina no futebol…? As jogadas de ataque alucinantes, as defesas impossíveis, os contra-ataques inesperados e os golos marcados! As fintas clássicas e os dribles artísticos, as coxas humilhantes e os remates brilhantes… os auto-golos, os frangos e as bolas ao ângulo… os pontapés de bicicleta, os carrinhos perfeitos e o esférico na barra… os foras de jogo milimétricos e quilométricos… os árbitros e as mães dos árbitros… o relvado lamacento, as claques e os berros dos treinadores… os cartões e as expulsões, as faltas banais e as agressões, os palavrões e os apalpões… as cabeçadas e penalidades falhadas… as ondas nas bancadas, as bandeiras pelo ar e os jornalistas a comentar…

E o calor que emana do coração de todos aqueles que vibram… e essa gíria que perpetua uma linguagem universal… e o frio no estômago que brota da imprevisibilidade… alimentam uma paixão irredutível, incomparável e quase inverosímil para os que não vêem mais do que “vinte e dois maluquinhos atrás de uma bola”


Duende

domingo, janeiro 25, 2004

O REGRESSO


A vida tem coisas destas. Começam-se projectos com vontade de os fazer durar e depois surgem, como uma avalancha, circunstâncias que afogam as boas intenções. Já lá vai um bom tempo desde o último post. A julgar pelas estatísticas, este blog está morto e enterrado, e a culpa é minha.
Mas contra as intempéries do destino ninguém pode ir contra. Eu acredito no destino enquanto entidade que nós construímos a cada dia que passa, mediante os imprevistos que nascem por força da casualidade… ou não… O que é certo é que, entre a queda livre em que mergulhei (ao deixar de ser uma desocupada) no mundo do trabalho e a perda temporária de acesso ao mundo cibernauta e do meu próprio PC (coitado, apanha umas gripes de vez em quando), abandonei por completo o meu blog. Lamento, não só pelos leitores relativamente assíduos que já tinha (o que é óptimo para a minha auto-estima) mas também pelo prazer que me dá escrever…
Agora resta-me recuperar tempo perdido e dar novamente vida ao Gilipollas, bem como perscrutar na blogosfera, da qual ando, infelizmente, completamente alheia.

I´ll be back…!

Duende